segunda-feira, 28 de julho de 2014

(desses romances na modernidade)

e o que é isso
de viver de não-expectativas?
vida moderna
de prazeres intensos
olhares fugazes
de boemia sem sentido
e libertinagem à flor da pele
um não-interesse
não-desejo
não-futuro
e o que resta de romantismo
está nos sertanejos dos anos 90
amor bandido
faz mais uma vez comigo
uôu uôu

sexta-feira, 25 de julho de 2014

o que é uma vida medíocre?
o que é digno de ser chamado de amor?
de que são feitas as memórias do passado?
por que o terceiro sempre está no sonho?
por que isso vem dar o ar da graça agora?
o que leva a reviver coisas tão remotas?
o que faz com que o trabalho invada os pensamentos
entre um cochilo e outro?
o que é que precisa ser preenchido
para que algo seja encoberto?
por que é que aqueles cortes me mobilizaram tanto?
e que violência mansa é essa
que revive o que é morto?
- se é que um dia morreu -
e esse medo da morte?
e esse luto, se fez?
mais um dia abre os olhos e continua
na ânsia, no medo e na necessidade que se cria
de dormir novamente.

terça-feira, 15 de julho de 2014


[out of the ordinary]

make me scream, man
then shut me up
cover my mouth
while i struggle for air
make me forget
what this nonsense is all about
and if it's good as i can think
do me again in the morning
suck me all up
so i can go home 
thinking of the night before.



"tomorrow must be
more drink more dreams more bed more drugs
more lust more lies more head more love
more fear more fun more pain more flesh
more star more smiles more fame more sex"
The cure - Want

quinta-feira, 10 de julho de 2014


achados e perdidos

quando as coisas não tem espaço
e teus olhos vazios não enxergam
o que de mim desejo que tenhas.
um café da manhã pobre
sem café, sem xícaras
sem sexo
sem nexo
e de repente perambulo
sem rumo
sem prumo.
da janela vazia tu me olhas
e ponho sentido onde não tem
pois que tu não tens nem rosto
fosco
ofuscado
fantasiado
de roupas que nunca escolhi.
em cada detalhe deixo-me perder
sabendo que não vou me encontrar mais.
em cada sol que nasce
um desejo morre
e de pedaço em pedaço
entrego-me aos pedaços 
achados e perdidos
no meio da rua.

segunda-feira, 7 de julho de 2014



(uma parte do todo)

E desde quando há reciprocidade?
Troca como reciprocidade
ou como moeda de troca?
O que está a venda afinal?