segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


that old sock you left here
i had to hide it
to stop thinking of you
and i can’t see your feet
‘cause I know that that sock is missing
and i want to give it back to you
but I don’t know 
if it belongs to me
or to you anymore.


domingo, 8 de dezembro de 2013


Era hora. Num ímpeto Gustavo decidiu largar sua vida pacata de quem trabalha por um salário mínimo para sustentar seus vícios e suas putas. Decidiu pegar uma mala e sair por aí, vagar pelo mundo. Não parecia haver muita perspectiva nisso, mas foda-se, ele nunca teve perspectiva nenhuma. Gustavo não era um cara sério, não era supersticioso, usava desodorante todos os dias mas tinha um cheiro peculiar. Não se importava com barba bem feita mas, em alguma medida, gostava de olhares sobre ele, típico histérico que finge e/ou acredita não ligar pra opinião dos outros. Enfim, decidiu arrumar sua mala. Era uma mala grande, daquelas retangulares e rígidas, marrom escura. Gustavo, no entanto, se deu conta de que não tinha nada pra por na mala, não tinha nada pra levar. Ele era um cara comum, não muito sorridente. Queria se convencer de que era feliz, mas, qualquer um que se detivesse por alguns momentos olhando seu rosto, veria que ali jaz uma grande tristeza travestida em excessos e indiferenças. Suas putas nunca significavam nada, ele achava que era só diversão, prazer imediato  mais fácil que ter que lidar com gente. Pra ele era só porra. Só isso. Pegou sua mala vazia e deixou pra trás sua quitinete suja. Não levou nenhuma troca de roupa. Ficar vagando pelas ruas, sem dinheiro, sem putas e sem drogas o deixou desnorteado. Não sabia pra onde ir. Não tinha pra onde ir mesmo. Talvez tivesse saído achando que sozinho fosse “se encontrar”, mas não encontrou ninguém. Voltou pra casa. Tocou a campainha mas ninguém atendeu, a casa também estava vazia.