terça-feira, 23 de abril de 2013

só preciso dizer que te amo
um te amo
sem remetente e sem destinatário
apenas um desejo futuro
um acúmulo de sentimento
que precisa ter vazão
sem ter objeto
sem ter a intensidade focalizada
vagamente suspenso
um te amo forte
de um abraço apertado e longo
bastante longo
no qual as palavras não cabem
nem dizem quando encerrá-lo
o peito aperta
e a lágrima custa a se conter
um abraço
onde os corpos se dissolvem
numa massa de ar indefinível
de dois seres num momento só
numa sincronia só
num sentimento fusionado
o que
no fim das contas
fica disperso
em mini abraços
em frases triviais
em gestos sutis
sóbrios ou ébrios demais
é na sutileza que te sinto
que sinto o te amo que tenta escapar
mas não tem pra onde ir
então o te amo é pra você
qualquer você que seja agora
nesta linha que se encerra.





quarta-feira, 17 de abril de 2013

Estou entupida.
Entupida de muco
de secreção
de cera.
De desejo
de vontade
sem medo.
Desejo descontrolado
vontade sem hora
sem demora.
Não ouço
tá tampado
não tá saindo.
Só falo.
E por que não quero ouvir?
Quero ver, quero tocar, quero falar
mas não quero ouvir.
Entupida de espírito adolescente
transbordo o desejo
escorre o excesso.
Na filosofia vã de "aproveitar o momento"
como aquele cara que dizia isso
apenas pra me beijar.
Carpe diem banalizado.
Não sei se ceder é realmente uma boa opção
mas é a opção que às vezes me entrego
na busca tola de que alguém me desperte o real desejo
de querer o corpo, o beijo, o toque, a pegada forte
e de, quem sabe, querer a pessoa.

E isso tudo não é pra ser um poema bonitinho
porque na verdade estou é com o ouvido entupido de cera mesmo.


domingo, 14 de abril de 2013



São momentos sem contexto como esse que você sente uma coisa estranha, uma sensação, um sentimento vago, quase ininteligível, difícil de reconhecer. É a segunda vez esta semana. Este agora com menos intensidade, mas perdi as palavras que descreveriam aquilo tão bom que senti na sexta-feira. Não importa. Acho que tem a ver um pouco com a pausa, o momento tomado para si, em minutos e olhares pelas ruas em que as coisas parecem fazer mais sentido que o normal - sendo que no estado normal as coisas não parecem fazer sentido qualquer. Uma sensação de completude, de satisfação confusa, incompleta mas inteira. A completude na falta; no desejo de que as coisas sejam diferentes; uma completude faltosa. Mais estranho que sentir isso é pensar de onde surge, do buraco que se sente? da companhia de pessoas estranhas? da companhia de quem não quero a companhia? da falta de quem eu quero? da ressaca e tontura que sentia durante o atendimento? Mas de repente todo passado é lembrado com carinho, mesmo com os tantos "nãos" ditos, as tantas frustrações, consigo lembrá-los de uma forma gostosa e meio sublime. E bate uma saudade dos amigos, uma vontade de ver, viver e abraçar. E as festas loucas, e as pessoas loucas, tocando, gritando, cantando, tudo num caos estranho de se viver sóbria... e hoje quero o descontrole do que me atingiu em outro nível ontem. Quero um descontrole do corpo, do abraço, da música... mas hoje não é dia mais. Já foi. E a droga não atingiu como atingira os outros. Mas tudo bem. Está tudo bem. Acho que pensar nas pessoas me deixa bem. Não sei, acho que esse texto também está meio desordenado, como foi ontem, ver aquelas coisas e lembrar de tudo, e não deixar o vício tomar as memórias de mim. No fim das contas nada faz sentido mesmo, mas por ora tem sido bom sentir a satisfação paradoxal da falta de sentido da vida. O que fica é a vontade de dar um abraço forte e longo nas pessoas, nos amigos que sinto falta, nos que talvez um dia serão e nos que não conheço bem. Um abraço que às vezes não tem espaço no meio da vida cotidiana, um espaço que precisa ser criado, pois estou bem e queria entrar em contato com as pessoas de uma forma menos falada e mais sentida, sentida no corpo, sentida num nível de consciência diferente daquele que nos toma normalmente, num nível que transcende a alma e toca numa intensidade diferente. Palavras um tanto confusas, mas que me representam agora.

terça-feira, 9 de abril de 2013



what came into my mind after i saw some fingers, some pictures and some blankets

it's just not a good time to think
i don't have any more time for this
i'm tired of all this bullshit that keeps persecuting me
i guess the time to hide the things has gone
it's time to forget all about it
to stop looking around and seeing the same scenes
- all those scenes that keep slowly killing me - 
and realize that i have not lost what i think i did
'cause i actually lost it a long time ago
and there's no sign that i will get it back sometime soon
'till then, i think this urge to sleep
under the warmth of these blankets
tells me more than i could ever understand
or remember,
this tells me from a time
where i was full
and whole,
just satisfied,
as i have never been once again.







sábado, 6 de abril de 2013

and suddenly
you fake your emotions
you pretend you don't feel anything
at all
but you do
but you don't wanna
and you don't know what to do
with this emotions
so you keep hiding it
so you don't feel like  a fool
and
still
you feel like one
and you give up
and starve
starve to death
starve
'till you fall asleep
and forget about it.

good night.

terça-feira, 2 de abril de 2013


we will never get back what we think we once had
'cause we actually didn't have it at all
'cause it's impossible to come back to where we were
and go on as it has never stopped
it's naive to think that
but, sometimes, it makes me feel better
feel myself filled with a fanciful desire.