segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


that old sock you left here
i had to hide it
to stop thinking of you
and i can’t see your feet
‘cause I know that that sock is missing
and i want to give it back to you
but I don’t know 
if it belongs to me
or to you anymore.


domingo, 8 de dezembro de 2013


Era hora. Num ímpeto Gustavo decidiu largar sua vida pacata de quem trabalha por um salário mínimo para sustentar seus vícios e suas putas. Decidiu pegar uma mala e sair por aí, vagar pelo mundo. Não parecia haver muita perspectiva nisso, mas foda-se, ele nunca teve perspectiva nenhuma. Gustavo não era um cara sério, não era supersticioso, usava desodorante todos os dias mas tinha um cheiro peculiar. Não se importava com barba bem feita mas, em alguma medida, gostava de olhares sobre ele, típico histérico que finge e/ou acredita não ligar pra opinião dos outros. Enfim, decidiu arrumar sua mala. Era uma mala grande, daquelas retangulares e rígidas, marrom escura. Gustavo, no entanto, se deu conta de que não tinha nada pra por na mala, não tinha nada pra levar. Ele era um cara comum, não muito sorridente. Queria se convencer de que era feliz, mas, qualquer um que se detivesse por alguns momentos olhando seu rosto, veria que ali jaz uma grande tristeza travestida em excessos e indiferenças. Suas putas nunca significavam nada, ele achava que era só diversão, prazer imediato  mais fácil que ter que lidar com gente. Pra ele era só porra. Só isso. Pegou sua mala vazia e deixou pra trás sua quitinete suja. Não levou nenhuma troca de roupa. Ficar vagando pelas ruas, sem dinheiro, sem putas e sem drogas o deixou desnorteado. Não sabia pra onde ir. Não tinha pra onde ir mesmo. Talvez tivesse saído achando que sozinho fosse “se encontrar”, mas não encontrou ninguém. Voltou pra casa. Tocou a campainha mas ninguém atendeu, a casa também estava vazia.


sábado, 19 de outubro de 2013




feel this baby isn't mine
i look at it and just can't recognize it
it's not mine
this baby isn't mine.

yet,

don't steal my baby from me.






sábado, 12 de outubro de 2013


"Janaína acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, janaína pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu"

janaína cansou de beijos quádruplos
janaína acreditava no amor
acreditava piamente
mas janaína não encontra
janaína encontra alguéns perdidos
tão perdidos quanto ela
perdidos em seus próprios problemas
janaína volta a ficar sozinha
jogada em experiências vãs nas noites que não acabam.
janaína se entorpece de drogas
se entorpece de pessoas
mas nada disso a satisfaz
janaína não acredita em deus
nada a satisfaz
janaína, eterna insatisfeita.
janaína ouve músicas para amortecer suas dores
gosta de sentir que não é a única que sofre de pequenezas
por maiores que sejam suas pequenezas.
janaína quer casar
mas janaína não quer ficar sozinha até achar seu marido
janaína não consegue bancar sua solidão.
janaína não sabe se gosta de homens ou mulheres
mas sabe que quer um homem
um homem tão problemático quanto ela
porque sabe que com gente muito normal ela não dá certo.
janaína tem muitos amigos
mas quer um amigo pra ir com ela comprar pão na esquina
mas as esquinas são muito longes
e o pão anda muito caro.
janaína acorda de ressaca no meio da madrugada
e bebe água da torneira do banheiro
janaína não liga pra água da torneira
janaína liga para amores
janaína vive por amores
janaína respira amores
mesmo que não haja
janaína se alimenta disso
e vive com fome 
sempre com fome
morre de fome.

"Mas ela diz que apesar de tudo ela tem sonhos
Mas ela diz que um dia a gente há de ser feliz
Diz que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz que um dia a gente há de ser feliz
Se deus quiser..."

terça-feira, 8 de outubro de 2013



O que sobram são esses olhares, vagos demais, enquanto jogamos tudo no porta-luvas, na esperança de que aquela fita cassete velha vá sumir. As músicas que tocam são as mesmas, mas tem barulho demais, e não consigo ouvir nada do que você diz. E por mais que tente me decidir, não consigo abrir a porta e ir embora. Colocamos nossas caras pra fora do vidro, feito dois cachorros idiotas, e nessas horas alguma coisa parece fazer sentido. Essa sensação de segurança cega, no silêncio escuro enquanto me aperta, naquele beijo que não precisava ter dado antes de se levantar da mesa, nos momentos em que as palavras não tem lugar, antes das intempestividades sem sentido levarem tudo embora. E, afinal, o que que é possível desse caminho todo descompassado? Quantas vezes já não olhei repetidamente para o relógio, e quantas outras dormi e acordei pensando a mesma coisa... Pois algum sentido há de ter nesse desejo todo de passar as tardes olhando o céu pela sua janela.




Mas afinal, o que são sentidos e o que são migalhas?

domingo, 15 de setembro de 2013



it's hard to keep trying to enter in the cracks of your shell
sometimes it hurts my arms in the way
and my vulnerability is also in question.
i wish your eyes could talk
'cause apparently we can't.
we're talking in different languages
we're feeling different sunsets
smoking different souls
maybe our hearts are too far away
maybe they're closer than we think.
it's sad we can't feel each other's feelings
and the biggest mistake is to fear the unknown
'cause there's no need for it not to be known.
words may damage some things
but the lack of them threatens to turn off the lights 
that used to keep us warm.
and it's not a payback kind of reaction
but i'm turning myself in five trying to keep up
with these new places you put me in.
maybe it's time to think less 
maybe it's time to feel less
'cause this world of intensity i live in 
brings me every single smile i give
and every tear that moisten your pillow
meanwhile, i choose to close my eyes
and dream about the lines of your face.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013




não são palavras, apenas alguns movimentos
dessas coisas que nos esquecemos facilmente
quando estamos com os pés no chão.
criam-se memórias falsas
discursos nunca ditos
sexos nunca feitos.
mas lembro-me bem quando nos aventuáravamos em passeios de carro
quando eu fuçava em suas coisas no porta-luvas
entre latas e cigarros, papeis e imagens de santos
você ria-se de mim, zombando meus defeitos
enquanto eu te olhava ironicamente, com uma feição boba de reprovação.
na banalidade do que estava extinto,
ou do que era forjado,
mas na dúvida constante
do que é realidade 
do que é fantasia
do que é desejo
do que não vai se realizar.
às vezes as palavras aparecem
mas não devem ser ditas
no jogo que não se pretende jogar
nos sonhos que se jogam fora mas não se vão embora.
talvez apenas descompassados
ou talvez uma pausa na busca constante
um descanso, pras coisas perderem seu peso,
do que se diz tão vulgarmente como sonho distante
mas que é tão visceral
e necessário nessa cabeça velha.
a questão é que não existem finais felizes
porque os finais nunca se acabam
nunca se esgotam
e nem sempre são felizes mesmo.


quarta-feira, 4 de setembro de 2013



This man is begging for money, but it's not money that he is begging for. People might think he is asking for love, but he is not. He's lost his faith, his hopes. His dreams died long ago. Now he should've been mourning, mourning those plans that are never going to be accomplished. 'Cause time passes by, and sometimes he just have to realize that is too late for what he once desired. He will stop scrounging things - or at least that is his wish. But I'm not going to make up an happy ending, I'm not gonna end it up with a powerfull and positive advice, a self-helping speech that is supposed to make things lighter or easier. That's just a story of a sad day of a sad man's life. It's just an afternoon of thinking and rethinking his expectations, what reality can really offer him, what can really come up someday. Even though someday is far too long. Waiting and wanting should take place of old thoughts, distant facts. It's not a sit-and-wait situation, but sometimes only time can do what he couldn't - what he can't. God bless.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013





there's some things i can't get out of my chest
my thoughts can't function properly
and my neurotic way to see things
is trying to line them up 
although they're still all mixed up
in some troubled randomic ranges.
trying to put words in your eyes
is never going to do me any favor
is never going to enable feel things as they ought to be felt
but i just can't believe in everything i see
'cause they're just made up stories of my mind.
i wrestle against myself
trying to control my words
the way my arms move
the way things get to me
but i let it all spill out.

this faucet is dripping.
and i'm about to drown.



terça-feira, 27 de agosto de 2013




Luana amava Patrícia, mais que Patrícia amava Luana. Luana tinha os cabelos curtos e negros, um sorriso inocente no rosto, acreditava em amor para sempre e usava roupas ora femininas, ora meio infantis. Patrícia tinha os cabelos longos e mais claros, adorava ficar em casa com uma blusa cinza grande e meio caída, de tecido fino e apenas de calcinha - adorava especialmente aquela calcinha amarela clara, que parecia um pequeno short. Tinha os seios grandes, mas bonitos. Patrícia não gostava de tomar café da manhã, e não acreditava em casamento. Luana se apaixonara intensamente por Patrícia, que, inicialmente, não correspondia, apenas aproveitava seu sexo e as noites divertidas que tinham juntas. Com o passar do tempo, Patrícia convenceu-se de que gostava de Luana também, e foi assim por longos meses. Luana sempre se jogava em suas relações, desde o início. Patrícia era sempre cautelosa, pensava controlar o que sentia. No fim das contas, mesmo que em ritmos diferentes, alcançaram alguma paridade. Já haviam se acostumado uma com a outra, com o gosto de uma e de outra. Era de um cotidiano previsível, mas agradável. Num dia, sem muitos precedentes, Luana comprou um acessório e pediu para que Patrícia lhe penetrasse. Patrícia assustou-se. É verdade que não estava acostumada a ser passiva em suas experiências, mas vestir aquele pinto de borracha era muito para ela. Ficou incomodada e disse que não faria isso. Luana insistia para que Patrícia lhe comesse. Patrícia recusou-se e não conseguia entender porque aquilo era necessário. Luana não sabia explicar, mas recentemente esse desejo lhe consumia como nada a consumira há tempo. Era quase uma fissura, de ter aquilo dentro dela. As duas ficaram alguns dias trocando olhares fugidios, sem saber o que fazer daquilo. Luana não entendia que uma mudança de postura assim, era muito a se pedir. Patrícia nunca soubera agir desta forma, não submetia-se a uma sexualidade diferente da que já estava acostumada. Podia ser por medo, podia ser por segurança de fazer tudo como aprendera um dia e como sempre havia feito - afinal, havia dado certo deste modo, até aquele preciso momento. Pedir para mudar era um passo maior do que Patrícia podia dar. Luana entendeu sua reação como uma prova de que Patrícia nunca a amara de verdade. Para Luana, Patrícia tinha complicado coisas que eram simples demais - que para ela eram simples demais. Não conseguia entender o que havia de tão difícil nisso. Patrícia, por sua vez, não compreendia de onde surgia aquele desejo insaciável, não entendia porque para ela já estava tudo completo, mas para Luana não. O encantamento que tinham uma pela outra parecia dissipar-se. Depois de alguns dias, Luana apenas juntara suas coisas e voltara para casa de sua mãe, sem nada dizer a Patrícia.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013




Deitada, dispersa delicadamente em meio aos lençóis amarrotados. O tecido branco do travesseiro em contato com seus olhos semiabertos, num sono que emana uma leveza de uma vida estável – mas não aquela estabilidade pacata e entediante, mas uma que acabara de se criar naquele momento. A manhã chega e o quarto está sujo. O sol invade e revela um cheiro peculiar. Cinzas e marcas redondas no assoalho de madeira, copos vazios da bebida da noite anterior. Uma noite de suores e agressividade, numa profanidade que não lhe é característica, mas que fluiu assim que sua sobriedade se esvaía. Enquanto a fito atentamente, penso no que dirá quando acordar. Talvez esteja arrependida, pensando que agiu levianamente e queira ir embora, sem trocar muitas palavras. Talvez abrirá os olhos lentamente e possuir-me-á de novo, só que desta vez de uma maneira tênue, envolvida ainda pelo leve sono da manhã quente. Sentirei seu gosto doce e me deliciarei com avidez, pois que tem uma essência particularmente encantadora. Ou talvez ela simplesmente não lembre do que vivemos. Continuo a olhá-la, tentando sorver sua alma naqueles instantes longos que se passam. Seu corpo despido me deslumbra, mas nunca saberei se poderei encontrá-lo novamente. Tudo que se criou aqui foram fantasias, confabulações da minha psique que não se sacia em viver o momento fugaz a que tantos se propõem sem grandes preocupações. Eu não. Eu racionalizo. Eu crio milhares de finais para o que  gostaria que não tivesse fim. E se ela nada dizer? O que farei eu deste apaixonamento? Não, ela não faria isso. Se entregara antes em palavras e toques sem medida, tão intensamente quanto pôde e como lhe é peculiar. Se for embora para sempre, posso apenas dizer que não esquecerei seu sorriso, nem suas mãos – inicialmente tímidas – ao me tocarem. Poderia casar-me com ela, e teríamos filhos lindos – inquietos como eu, mas lindos como ela. Ela riria-se do meu pedido, mas aceitaria sem muita hesitação. E o que faço do presente? O que ela espera que eu diga quando acorde? Não sei o que dizer, mas senti reciprocidade nos seus olhos ontem à noite, uma sensação de que ela sabia o que eu pensava, e pensava o mesmo. Seus olhos diziam muito, dessa sensação de plenitude momentânea que vivíamos ali, de algo que não era fugaz, por mais que a conhecesse há apenas algumas horas. Melhor esperar e ver como ela reage, quem sabe assim saberei o que  dizer, ou como tocar-lhe. Um beijo lento e macio foi a última coisa que partilhamos antes de dormir. Sentirei saudades desse beijo. Assim que me abandonar, procurarei em outra o que aqueles olhos me disseram, mas quem pode dizer que encontrarei tão cedo? Ela vai embora. Tenho certeza. Ela vai embora. Como todas as outras também foram. Vai deixar para trás apenas seu cheiro em minha cama. Ainda sinto o gosto de seu beijo na minha boca. E essas serão as únicas lembranças que restarão do meu sonho criado. Ela não irá me ligar, e, quando me ver, cumprimentar-me-á com um sorriso vazio, como se nunca tivéssemos vivido aquela noite. E assim ela se tornará apenas mais uma experiência que passou, mais uma memória, e ela nunca mais voltará por aquela porta. O que dizer agora? Ela está acordando...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013



sometimes i see myself floating
to damn high
letting be guided by the cool air of a summer breeze
but the seasons come and go
and still
i dive carelessly
catch my breath
and let myself drown later
but that's ok
it's worth the road
it's worth that weightlessness in my head
that temporarily eases my soul
for each dive, a new lesson
a new memory.


terça-feira, 6 de agosto de 2013



transferência que engole
contratransferência que vomita
restos de um self mal digerido
pedaços inteiros
jorrados 
caídos
desconforto
ainda morno
escorre
sem contenção
pelo canto da boca
num mal estar sem alvo
uma doença sem nome.

terça-feira, 30 de julho de 2013




living a dream - untold
living a life - made up
between words and desires
wishes and lies
told to myself
while i burst my veins
playing these chords
of an unknown song
a march for the decadence
for a decent sad life
seeking for the joy of the innocents
in the nights that have no end
where i wanna finally find 
the sparkle in someone's eyes
shining bright clear
while we seat on those filthy pavements
'till the sun rises shallow
over these empty vessels.

domingo, 30 de junho de 2013




drink up all night, baby
i'll remember the things you'll forget
no more mournings in the next morning
i'll watch you as your car turns over
i'll watch you while you pretend to have fun
wanting to believe you feel complete
even though i don't.
i'm learning to live again
i'll discover how i can manage myself
into those endless nights
where i struggle to find some reason,
some man,
but all my desires and lust are lost
somewhere i'm yet to find
those days of loveless flesh pleasures
are just not enough
but i'll dance
'till i'm covered in sweat
'till i can't stand my feet on the floor
and i'll live
'till i learn things i might've never learned before
and everything that was full filled by that numb void
will be replaced by something else.


quarta-feira, 26 de junho de 2013




O que é esse sono
que me engole
me come
consome
me some
Essas lembranças que não lembro
não penso
me contento
No desejo de abster
me ater
conter
Tentativa de criar contornos
Necessário
Demandante
Desejo titubeante
de mais um escapulário amarelo
adorno de chaveiro
na celebração de um mês
um ano
E a indagação da possibilidade atual
me condena
me sustenta
enquanto tento
esquecer o que não se lembra.

domingo, 23 de junho de 2013







Falta delineamento
Falta contorno
E teu corpo se esvai 
Se dissipa em ventos sujos
Da poeira do teu self
Num vazio que não dá conta
Sem o ombro que gostaria neste momento.





quarta-feira, 12 de junho de 2013



"I should not be ashamed of what i whrite"




É engraçado pensar como tudo se esvai tão rápido. Anos viram cinzas, centenas de dias sequer viram lembranças, dezenas de horas agradáveis deixam de existir. Engraçado como tudo se apaga, tudo se esquece, e os sentimentos que uniam cada história desaparecem, assim como a fumaça de meus cigarros: em questão de segundos. O que resta é apenas o cheiro na manhã seguinte. Apenas. Nenhuma palavra, nada. Eu apenas guardo, as memórias, as fotos, os presentes, o desenho que eu fiz e nunca entreguei, o chocolate, a meia que perdeu seu par, os cheiros, as mensagens, as mentiras, as conversas interrompidas, os remorsos, os silêncios impostos sem que se concordasse... Guardo tudo isso, com um quê de nostalgia e outro de raiva, com um desejo que todos vão para o inferno, e outro que não saberia bem descrever. Falta ainda alguma temperança pra poder lembrar de tudo sem rancor ou relutância. Gostaria apenas que as palavras valessem mais do que hoje fazem uso. As usam vulgarmente. As frases não representam nada do que dizem, como se nada precisassem significar afinal.







____________________________________
eu cogitei nem postar nada mesmo, guardar junto de tantos outros textos que fico por postar mas opto por não fazê-lo. mas então lembro-me o que esse espaço significa pra mim, e retomo então ao título deste...

terça-feira, 11 de junho de 2013




Há pedaços de mim por todos os lugares
migalhas de amor
transformadas em lembranças turvas
de beijos sem gosto
de rostos sem expressão
Vão deixando uma marca vazia
de tudo que poderia ser e não é
não por falta de potencialidade
mas por falta de tempo 
e disponibilidade
Tudo se transforma num furacão
de coisas que são minhas
e sempre foram
No caos do narcisismo que tenta compreender
que tenta dar sentido às coisas
coisas essas que esse inconsciente não quer ouvir
O passado passa a não fazer sentido algum
e o presente talvez menos ainda
Uma nuvem nebulosa
ambulante
Nem as músicas motivacionais
- ou aquelas bravas demais - 
que antes cantava com tanta raiva e/ou convicção
não se fazem ouvir mais
Pois essa tosse não deixa
eu gritar alto como antes
Sussurro o apelo a mim mesma
para ouvir o que eu tanto tenho a dizer
E de ouvidos tampados sigo
a cada segunda-feira
sem olhar para trás
Mas convicta de que um dia serei eu finalmente
e não aquela que sempre sonhei ser
mas aquela que ainda está por vir.



Ou são as esperanças 
ou aquela imagem enquanto eu dirigia
quando tudo se esvaiu
e eu fiquei
finalmente
tranquila.

Dá medo quando certas fantasias passam pela cabeça.


segunda-feira, 3 de junho de 2013




and we are between bars
between cemitery gates
this haze is still among us
and the sound of the glass touching the balcony
reminds me of the times we could speak
the sound of the leaves
breathing down our faces
as we watch the beautiful crosses
and that peaciful felling invade ourselves
in one moment we never think we could have anymore
and everything makes more sense
as it never ever did before
but there's a barrier between us
that brings the unspeakable toward us
and we can't say anything anymore
as we die thinking the same
as we silent ourselves
and let it all go
'cause it's just past
and it's never going to be alive again
while this fetus is apparently not growing
i stand and stare waiting for the day
i can find something similar
as i did once
twenty three years ago
something as regressed as that
that could fill me up
and get us to that place that i find so transecendental
i could breath your soul again
and finally mourn something i should've mourned years ago
then everyone of you
could evade my dreams
and leave me alone
as i should be
and should accept.

segunda-feira, 27 de maio de 2013



That's excessive.


i don't know what to do with all this hatred
all these things i feel
everytime one of you vanishes
not giving any sign
or just giving the wrong signs
filled up with lies
it's sad to think of what all you men do
and how you never think about anyone 
but yourselves
and start saying all those crap
and being all gentle and caring
and i, like i fool, fall for this
for the fifth time in a row
how can you be that jerk and not care at all?
i've been used and played with
in so many different levels
and i still trust all these bullshit
that every new one keeps on telling me
naive as a little child
stupid and careless
but i'm done with this
i just can't stand it anymore
but i don't know what i could do
to forget and don't crave for anything like that right now
still don't know what to do with myself 
and my desires.




domingo, 19 de maio de 2013

Não é um poema.

Não existe entremeio, e é quando você chega em casa, tira os brincos, senta na cama, ouve aquela música e se põe a lembrar... é quando você percebe a falta de rumo. E as músicas que eram pra ser randômicas não o são. E tudo vira um emaranhado de coisas, pensamentos e pessoas, saudades, lembranças e memórias do que ainda não foi, do que já foi, e do que devia ter ido. Não existe reciprocidade. E quando se acha o carinho, já é o bastante, em detrimento dos dizeres dos outros. É bastante triste se bastar com isso, mas é difícil achar algo além. É se bastar com pouco ou não se bastar de forma alguma. E quanto mais escrevo, mais ridículo isso parece, mas não o sinto dessa forma. O buraco não vai embora, podem ser três, dez ou vinte, não valem um terço do que simulam. Não são capazes de sustentar nada. E não adianta carinha triste no final, não atenua teu descompromisso. E teu descompromisso não é comigo, é com a vida mesmo, que vocês escolhem viver. Aquela vida que eu não quero. E aquele sonho que um dia foi tão próximo, fica muito distante. Aquele dia do gramado, aquele mesmo... a vista não alcança mais. Lamentação do caralho né, mas é isso mesmo. Droga nenhuma amortece a falta, ela  faz esquecer, ou aprofunda mais, mas o entorpecimento alivia, mesmo quando não é agradável. E não tem fim. Poderia continuar chorando pitangas sem pausa mas me detenho, pois tem de existir alguma crença, alguma perspectiva. Não a vejo agora, mas existe um sentimento - que não é muito inteligível - de que estou bem do jeito que estou, e que isto é só mais uma lamentação de uma histérica insatisfeita, que deveria se sentir satisfeita, por algum motivo, mesmo sem conhecê-lo ainda. Foda-se. É hora de dormir. Ou de beber mais.

sexta-feira, 17 de maio de 2013




e era só mais um dia
só mais um beijo
só mais uma boca
no silenciamento da não intimidade
ou da intimidade familiar demais
quando tudo se apaga
e nada mais tem graça
perde o brilho
e os lábios não se tocam mais
não se querem mais
as vozes não se ouvem mais
as letras somem
e os desejos irrealizados permanecem
inertes
ou fluidos demais
e tudo se perde nesse vazio estranho
no vácuo do sentimento incompleto
dos prazeres não sentidos
das palavras não trocadas
das histórias nunca contadas
que ficam pra trás
sem nunca pra frente terem ido
paralisia confusa
que não sabe o que dizer
nem o que pensar
confusa
por frases ditas pela metade
e por tantas outras ditas tão inteiramente
e tão claras
que é melhor não lembrar
pois o entremeio entre intimidade e casualidade não existe
se está lá ou cá
e nunca ao mesmo tempo
em ambos
nem ao mesmo tempo
que eles.

terça-feira, 23 de abril de 2013

só preciso dizer que te amo
um te amo
sem remetente e sem destinatário
apenas um desejo futuro
um acúmulo de sentimento
que precisa ter vazão
sem ter objeto
sem ter a intensidade focalizada
vagamente suspenso
um te amo forte
de um abraço apertado e longo
bastante longo
no qual as palavras não cabem
nem dizem quando encerrá-lo
o peito aperta
e a lágrima custa a se conter
um abraço
onde os corpos se dissolvem
numa massa de ar indefinível
de dois seres num momento só
numa sincronia só
num sentimento fusionado
o que
no fim das contas
fica disperso
em mini abraços
em frases triviais
em gestos sutis
sóbrios ou ébrios demais
é na sutileza que te sinto
que sinto o te amo que tenta escapar
mas não tem pra onde ir
então o te amo é pra você
qualquer você que seja agora
nesta linha que se encerra.





quarta-feira, 17 de abril de 2013

Estou entupida.
Entupida de muco
de secreção
de cera.
De desejo
de vontade
sem medo.
Desejo descontrolado
vontade sem hora
sem demora.
Não ouço
tá tampado
não tá saindo.
Só falo.
E por que não quero ouvir?
Quero ver, quero tocar, quero falar
mas não quero ouvir.
Entupida de espírito adolescente
transbordo o desejo
escorre o excesso.
Na filosofia vã de "aproveitar o momento"
como aquele cara que dizia isso
apenas pra me beijar.
Carpe diem banalizado.
Não sei se ceder é realmente uma boa opção
mas é a opção que às vezes me entrego
na busca tola de que alguém me desperte o real desejo
de querer o corpo, o beijo, o toque, a pegada forte
e de, quem sabe, querer a pessoa.

E isso tudo não é pra ser um poema bonitinho
porque na verdade estou é com o ouvido entupido de cera mesmo.


domingo, 14 de abril de 2013



São momentos sem contexto como esse que você sente uma coisa estranha, uma sensação, um sentimento vago, quase ininteligível, difícil de reconhecer. É a segunda vez esta semana. Este agora com menos intensidade, mas perdi as palavras que descreveriam aquilo tão bom que senti na sexta-feira. Não importa. Acho que tem a ver um pouco com a pausa, o momento tomado para si, em minutos e olhares pelas ruas em que as coisas parecem fazer mais sentido que o normal - sendo que no estado normal as coisas não parecem fazer sentido qualquer. Uma sensação de completude, de satisfação confusa, incompleta mas inteira. A completude na falta; no desejo de que as coisas sejam diferentes; uma completude faltosa. Mais estranho que sentir isso é pensar de onde surge, do buraco que se sente? da companhia de pessoas estranhas? da companhia de quem não quero a companhia? da falta de quem eu quero? da ressaca e tontura que sentia durante o atendimento? Mas de repente todo passado é lembrado com carinho, mesmo com os tantos "nãos" ditos, as tantas frustrações, consigo lembrá-los de uma forma gostosa e meio sublime. E bate uma saudade dos amigos, uma vontade de ver, viver e abraçar. E as festas loucas, e as pessoas loucas, tocando, gritando, cantando, tudo num caos estranho de se viver sóbria... e hoje quero o descontrole do que me atingiu em outro nível ontem. Quero um descontrole do corpo, do abraço, da música... mas hoje não é dia mais. Já foi. E a droga não atingiu como atingira os outros. Mas tudo bem. Está tudo bem. Acho que pensar nas pessoas me deixa bem. Não sei, acho que esse texto também está meio desordenado, como foi ontem, ver aquelas coisas e lembrar de tudo, e não deixar o vício tomar as memórias de mim. No fim das contas nada faz sentido mesmo, mas por ora tem sido bom sentir a satisfação paradoxal da falta de sentido da vida. O que fica é a vontade de dar um abraço forte e longo nas pessoas, nos amigos que sinto falta, nos que talvez um dia serão e nos que não conheço bem. Um abraço que às vezes não tem espaço no meio da vida cotidiana, um espaço que precisa ser criado, pois estou bem e queria entrar em contato com as pessoas de uma forma menos falada e mais sentida, sentida no corpo, sentida num nível de consciência diferente daquele que nos toma normalmente, num nível que transcende a alma e toca numa intensidade diferente. Palavras um tanto confusas, mas que me representam agora.

terça-feira, 9 de abril de 2013



what came into my mind after i saw some fingers, some pictures and some blankets

it's just not a good time to think
i don't have any more time for this
i'm tired of all this bullshit that keeps persecuting me
i guess the time to hide the things has gone
it's time to forget all about it
to stop looking around and seeing the same scenes
- all those scenes that keep slowly killing me - 
and realize that i have not lost what i think i did
'cause i actually lost it a long time ago
and there's no sign that i will get it back sometime soon
'till then, i think this urge to sleep
under the warmth of these blankets
tells me more than i could ever understand
or remember,
this tells me from a time
where i was full
and whole,
just satisfied,
as i have never been once again.







sábado, 6 de abril de 2013

and suddenly
you fake your emotions
you pretend you don't feel anything
at all
but you do
but you don't wanna
and you don't know what to do
with this emotions
so you keep hiding it
so you don't feel like  a fool
and
still
you feel like one
and you give up
and starve
starve to death
starve
'till you fall asleep
and forget about it.

good night.

terça-feira, 2 de abril de 2013


we will never get back what we think we once had
'cause we actually didn't have it at all
'cause it's impossible to come back to where we were
and go on as it has never stopped
it's naive to think that
but, sometimes, it makes me feel better
feel myself filled with a fanciful desire.





quinta-feira, 28 de março de 2013


Do indizível ao impensável

uma dor sem nome
um choro sem lágrima
a dúvida corrói
se cria sem ter tido permissão
sem ter tido espaço qualquer
teimosa
confunde
põe em balança o que não tem pra se pesar
o que não tem peso nem medida
e se instaura sem querer buscar respostas
pois se sabe que nã há
entre o contentamento incompleto
e o descontentamento corriqueiro
entre a estabilidade da satisfação imperfeita
e a instabilidade de emoções vacilantes
e de repente vejo-me cogitar
a suspensão das possibilidades vindouras
em prol de um estacionamento no que está ao alcance
confuso demais
o que é tão difícil
que leva a cogitar algo que nem em pensamento
havia me permitido até então?
foge da angústia
pois ainda és frágil
és faltosa
és criança
no afã de se agarrar ao que te acalenta
no prazer icomensurável que esses momentos
são capazes de despertar
na completude momentânea
e instantânea
descartável
até que o dia amanheça
e tudo se esvai novamente
sem poeiras
e sem lembranças.


___________________
engraçado
como os inconscientes se falam
mesmo distantes
e os pensamentos se tocam
concomitantemente
exatamente agora.

segunda-feira, 25 de março de 2013


uma divagação mal formulada

o sonho não se desfaz
ele se faz novamente
se faz diferente
e a cada frustração
se cria um novo percurso
pela necessidade de criação
de uma possibilidade diferente
de um desejo diferente
o que era ambição
cai por terra
e te força a se levantar novamente
e andar por outros caminhos
e desejar novos desejos
ansiar novos anseios

é pena
pena que é tão raro
e cada um vive um tempo diferente
uma ordem diferente
e nada se conecta
nada se junta
e nada se cria

por ora

mas um dia há de se criar
há de se estar no mesmo momento
ao mesmo tempo

infantilidade pensar em peças de quebra-cabeça
mas ainda é esse meu devaneio

que pena

domingo, 17 de março de 2013


Mimimis de um coração sem dono

me arrisco
em aventuras mais que incertas
na verdade
certas demais
certas do fim 
em pleno descompasso
e as palavras ébrias
falam mais alto
e perco o controle
controle de tudo
controle de mim
controle da razão
e tudo se perde
se esvai
como se nunca ali estivesse 
memórias se perdem
sentidos se perdem
e tudo vira um emaranhado
de lembranças desconexas
que não se tocam
que desejam 
visceralmente
ser esquecidas
pois não faz diferença
pensar se valeu a pena
já foi
e não volta
não como era pra voltar





e quando eu penso que o que tinha pra sair
já saiu 
é quando as imagens
trazem de volta
memórias que não têm mais lugar
e tudo volta 
a doer novamente
e o sentido do escrito todo
se perde
e não se acha mais
e acaba
sem término.

domingo, 10 de março de 2013




preciso do torpor agora
que só você pode me dar
numa mescla de vício
e autodestrução
que faz esquecer
porque ninguém vai mudar o que está feito
a decisão foi minha
e não faz sentido destituí-la
apenas mais uma insignificância
que um dia mal será lembrada
pois não valerá a pena que o seja
e dias bons como aquele
voltarão novamente
e nada perturbar-me-á
até que eu tenha que voltar pra casa
e é este o momento 
em que o sonho se desfaz
mas se for pra viver por dias randômicos como aquele
é assim que vai ser
e buscar-los-ei a cada olhar 
naquele sentimento que fazia tempo
que não me despertava a alma
mas 
ao mesmo tempo
me fazia esquecer 
que era só por hoje.


é é com aquele samba canção
que ele esqueceu aqui
que irei vestir
estes sentimentos que me tomam agora.

sexta-feira, 8 de março de 2013


stop
all that you're doing
'cause it's all wrong
you're all wrong
stop deceiving me
'cause i'll keep believing in you
keep believing in your lies
in your moves
in your sweet drunken words
stop all that
and let me rest
by myself
________________________________

or suffer. 
and, no, you do not deserve a picture.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



uma dor sem nome
sem forma
sem contorno
que toma conta
e rompe com o cotidiano
e o único som que ouço
é o soluço.









______________________
nessas horas penso na exaustão das obrigações esmagadoras de sentimento. foram dois dias sem pensar, sem sentir. entregue ao sono porque o corpo já não mais aguentava. e é só dar alguns segundos de descanso, que tudo vem à tona. volta ao trabalho. volta ao automatismo e não sinta. até que machuque seu pé novamente.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013




joga fora tuas bitucas
desiste dessa nicotina
esqueças que um dia as pôs na boca
e joga tudo fora
não as use a seu bel-prazer
não quero fazer parte de tua cena vulgar
não quero me amontoar junto às outras
não sou tua guimba
não sou resto 
pra ser consumido quando a necessidade aperta
quando o desespero bate
só me poupe de ainda estar presente
que seja em fantasia
jogue todas no lixo
e fim da papo.